Sob o mote de propor um diálogo entre as áreas da História, Matemática e Artes para transformar o olhar sobre estes campos do conhecimento, a palestra “Sobre Planos, Linhas e Ângulos da Paisagem: o universo onírico da Matemática na Arte” reuniu professores e alunos do Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior (PPGCIMES), bem como de outros Programas da Universidade Federal do Pará (UFPA). Este momento de diálogo e aprendizado foi ministrado pelo Prof. Dr. Aldrin Moura de Figueiredo, na manhã do dia 07 de dezembro, no auditório da Assessoria de Educação a Distância (AEDi) da UFPA.
O professor Aldrin Figueiredo é docente da Faculdade de História e do Programa de Pós-Graduação em História (PPHIST) da UFPA. Estudioso da História, que se envolveu com as Artes durante sua formação acadêmica, o pesquisador atualmente publica trabalhos e participa de projetos na área da interface entre a História Cultural, as Artes e o ensaio crítico. Coordena, ainda, o Grupo de Pesquisa em História Social da Arte, certificado pelo CNPq.
Professores e alunos do PPGCIMES estiveram presentes
Durante sua fala, o professor Aldrin percorreu diversos períodos históricos, desde o Egito antigo até os tempos contemporâneos, passando pela Grécia Clássica, a Era Medieval e a Modernidade. Ao longo desse percurso, foram pontuados alguns dos principais ideais e conceitos artísticos de cada uma dessas épocas, articulando-os aos seus respectivos contextos históricos. A partir de imagens da Arte e da Arquitetura desses períodos históricos, o professor apontou como a Matemática se faz presente na concepção e produção de determinadas obras. Para exemplificar essas interfaces, o pesquisador apresentou trabalhos de grandes nomes do campo das Artes, como Leonardo da Vinci e Pablo Picasso, bem como de importantes artistas locais, como Theodoro Braga, Antonieta Santos Feio e Emmanuel Nassar, fomentando um diálogo a respeito de conceitos matemáticos presentes na Arte, tais como concepções de simetria e geometria, jogos de planos e fractais.
A palestra abordou a Matemática presente na Arte ao longo da História
Para o professor Aldrin, a importância de visualizar a Matemática conjugada à Arte e aos conhecimentos e contextos históricos está em incluir o prisma matemático no inventário de lentes sob as quais enxergamos o mundo, e assim, aproximá-la ao nosso cotidiano, e consequentemente, do repertório dos estudantes: “É importante trabalhar a Matemática como uma linguagem, e não como uma tarefa. Uma linguagem universal e uma das mais importantes para a Arte. Essa interação da Matemática e Arte no movimento da História é umbilical, sempre existiu, e ela é demarcada pela cultura. Para os gregos foi de uma maneira, no mundo medieval foi de outra, no contemporâneo é de outra. A importância está em entender as possibilidades de leitura do mundo a partir de uma linguagem matemática, vendo esta ciência como um ângulo de leitura do universo, da vida, a partir da Arte. E esse exercício caracteriza aprendizado: é uma chave de leitura para o aprendizado nas Artes, na História, na Matemática e na Educação”, aponta o professor.
Participantes avaliaram de forma positiva as discussões que surgiram durante a palestra
A palestra fez parte das atividades da disciplina “Matemática e Arte”, ministrada pela Profa. Dra. Cristina Lúcia Dias Vaz no PPGCIMES. Segundo ela, este momento teve o intuito de ampliar as perspectivas dos discentes: “Se você tem noção dessa linguagem matemática e consegue usá-la, você amplia seu conhecimento sobre a realidade e sobre si próprio. Este olhar universal e a compreenção dessas conexões interdisciplinares são importantes para qualquer profissional, e mais ainda para quem atua na Educação, pois a Matemática faz parte da cultura humana”, comenta a professora.
Jéssica Vasconcelos, discente do PPGCIMES e aluna da disciplina “Matemática e Arte”, afirmou que a palestra acrescentou aos assuntos que estão sendo abordados em sala de aula: “Na disciplina, temos discutido bastante os artistas e como eles pensavam a Matemática em suas obras, e a palestra veio reforçar as nossas leituras e nossos estudos, que vão justamente no sentido de observar com outros olhos essas linguagens que estão presentes em nossa volta, mas que, muitas vezes, não fazem parte do nosso senso comum, da nossa formação”, ressalta ela.