Entre as atividades da Profa. Dra. Flávia Mayer, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belém, estiveram discussões em sala de aula sobre temas sobre acessibilidade, deficiência visual e validação da audiodescrição em produtos educacionais, entre os dias 11 e 13 de dezembro, com os discentes e docentes do Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior (PPGCIMES).

A Profa. Flávia Mayer participou das aulas de uma disciplina no âmbito do PPGCIMES-UFPA

No dia 11 de dezembro, junto com a turma da disciplina de “Metodologia de Validação de Processos e Produtos Educacionais”, ministrada no âmbito do Programa, a professora discutiu conceitos relativos à deficiência e inclusão. Em seguida, apresentou definições e tipos de audiodescrição, explicou as etapas que envolvem a produção de produtos e as possibilidades de aplicação dos mesmos no contexto escolar. 

Nos dias 12 e 13 de dezembro, o foco da discussão foi a validação de processos e produtos da audiodescrição. A professora apresentou cases de audiodescrição em livros didáticos, museus, salas de aulas, cinema, teatro e dança, demonstrando as características e especificidades de cada um. Também explicou a metodologia utilizada para a validação dos materiais produzidos.

O tema foi a validação de processos e produtos da audiodescrição

Os discentes da disciplina tiveram a oportunidade de conhecer os processos que envolvem a elaboração de roteiro de audiodescrição e participaram de atividades práticas para exercitar as noções aprendidas.

A professora Flávia Mayer explicou que a proposta da interlocução foi de promover a reflexão sobre acessibilidade e sensibilizar a comunidade acadêmica em relação a audiodescrição, que seria a tradução de imagens – estáticas e dinâmicas – para pessoas com deficiência visual. “Como estamos em um espaço de formação, em um curso stricto sensu, voltado para a perspectiva de utilizar a criatividade na educação, eu propus colocar a acessibilidade como algo a ser pensando neste contexto”, destacou. 

Participação de discentes na discussão

Para a pesquisadora, a audiodescrição é um processo que exige constante validação. “Pensar em audiodescrição é pensar em como construir uma informação de maneira acessível e se submeter ao olhar do outro. É impossível realizar essa construção sozinha. É necessário o auxílio de um revisor e de um consultor com deficiência visual que poderá validar todo o material desde o roteiro, até a locução e edição. Após a finalização, ainda passamos pela validação do público que recebe o material. É por meio deste processo que vamos saber o que de fato funcionou e o que não funcionou”, explicou.

 

Sobre a disciplina

A disciplina “Metodologia de Validação de Processos e Produtos Educacionais” é ministrada pelo Prof. Dr. José Miguel Martins Veloso e pelas Profas. Dras. Maria Ataide Malcher e Marianne Kogut Eliasquevici. O objetivo é oferecer aos discentes subsídios teóricos e práticos para compreensão e realização das fases de avaliação, verificação, testagem e validação de processos e produtos educacionais inovadores. 

Atividades práticas para exercitar o que foi aprendido

A discente do Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais (PROFCIAMB), Luciana Baleixo da Silva, se matriculou na disciplina com o intuito de aprimorar seus conhecimentos sobre validação para o desenvolvimento do seu produto final do curso. Professora de ensino básico, ela explicou que a disciplina e a participação da professora Flávia Mayer contribuirão não só para o seu projeto de mestrado, como também para a sua atuação profissional. “Eu tenho alunos com deficiência visual e nunca tinha escutado falar sobre audiodescrição. A partir de tudo o que foi discutido com certeza terei um outro olhar sobre eles, principalmente quando eu precisar elaborar algum material didático, pois já vou pensar em como torná-lo acessível”, afirmou.

 

Palestras sobre acessibilidade 

A Profa. Dra. Flávia Mayer é uma das líderes do Grupo SVOA, de Belo Horizonte, formado por pesquisadores e profissionais que desenvolvem projetos com ênfase nas áreas de semiótica, linguística cognitiva, tradução audiovisual e audiodescrição. O grupo mantém parceria com o PPGCIMES e trabalha com pesquisa aplicada e validação de produtos e processos de acessibilidade, especialmente voltados para pessoas com deficiência visual. 

Além de participar da disciplina, a pesquisadora, em parceria com o PPGCIMES e o Núcleo de Inovação e Tecnologias Aplicadas a Ensino e Extensão (NITAE²) ministrou nos dias 13 e 14 de dezembro, às 9h, as palestras “Audiodescrição: características, legislação e campo de aplicação” e “A construção criativa de conceitos de cor por pessoas com cegueira congênita”, no auditório do Instituto de Geofísica da Universidade Federal do Pará (UFPA). A iniciativa teve como objetivo sensibilizar a comunidade acadêmica em relação as temáticas apresentadas.